Localizado no coração de Haia, na Holanda, o museu “Escher in Het Paleis” (“Escher no Palácio”) é um destino imperdível para admiradores da arte e da matemática. Dedicado ao gênio holandês Maurits Cornelis Escher, este museu combina a história do artista com uma experiência visual e sensorial única. Além de abrigar uma coleção completa de suas obras, o próprio edifício é uma atração por si só, situado em um antigo palácio real do século XVIII.
A vida de M.C. Escher
Maurits Cornelis Escher nasceu em 17 de junho de 1898 na cidade de Leeuwarden, na Holanda. Desde cedo, Escher demonstrou talento para o desenho e uma curiosidade insaciável pelo mundo ao seu redor. Embora tenha iniciado sua formação em arquitetura na Escola de Artes e Ofícios de Haarlem, ele logo percebeu que sua verdadeira paixão estava na gravura e no design.
Durante sua juventude, Escher viajou extensivamente pela Europa, especialmente pela Itália e pela Espanha. Essas viagens tiveram um impacto profundo em sua arte, particularmente suas visitas ao Alhambra, em Granada, e à Mesquita-Catedral de Córdoba. Foi lá que ele encontrou inspiração nos padrões geométricos islâmicos, que mais tarde se tornaram uma marca registrada de seu trabalho.
Escher não se considerava um matemático, mas sua obra revela uma compreensão intuitiva de conceitos complexos como simetria, perspectiva e geometria. Ele frequentemente explorava paradoxos visuais, criando mundos impossíveis e metamorfoses que desafiam a lógica.
Faleceu em 27 de março de 1972, deixando um legado que transcende a arte tradicional, influenciando campos como matemática, arquitetura e design contemporâneo.
A obra de Escher
Escher é mais conhecido por suas gravuras, litografias e xilogravuras que exploram conceitos como infinito, repetição e metamorfose. Algumas de suas obras mais icônicas incluem:
- Relativity (1953): Uma composição onde diferentes leis da gravidade coexistem, criando um mundo onde escadas levam a direções impossíveis.
- Hand with Reflecting Sphere (1935): Um autorretrato de Escher refletido em uma esfera, demonstrando seu interesse por perspectiva e reflexão.
- Drawing Hands (1948): Duas mãos que se desenham mutuamente, criando um paradoxo visual.
- Metamorphosis II (1939-1940): Uma longa gravura que mostra uma transformação fluida entre diferentes padrões e formas.
- Waterfall (1961): Uma cascata que parece desafiar as leis da física em um circuito perpétuo.
Essas obras são exemplos do fascínio de Escher pela ideia de mundos impossíveis e a interseção entre arte e matemática. Ele frequentemente usava tesselações — padrões repetitivos sem sobreposições ou espaços vazios — como base para suas criações, aplicando conceitos matemáticos complexos com maestria visual.
Referências de sua obra
Publicidade
A Audi em parceria com a Fundação Escher utilizou a arte original de Escher em um anúncio impresso para mostrar os benefícios do Audi Quattro, sistema de tração integral (AWD) da Audi, que, diferentemente dos sistemas tradicionais de tração em duas rodas, fornece potência para todas as quatro rodas.
Comercial de 2006 para o Audi A6 usa a arte de Escher para destacar a versatilidade do carro. O comercial mostra o A6 se transformando em diferentes tipos de veículos, como um carro esporte, um SUV e uma perua, em um mundo que muda e se dobra como as obras de Escher.
Games
Monument Valley: Este jogo de quebra-cabeça para celular é fortemente inspirado na arte de Escher. Os jogadores devem guiar a princesa Ida através de labirintos de ilusões de ótica e arquiteturas impossíveis, que lembram diretamente as obras de Escher como “Relatividade” e “Cachoeira”.
Link para baixar o jogo na Apple Store: https://apps.apple.com/br/app/monument-valley/id728293409
Música
Capas de álbuns: A banda de rock progressivo Mott the Hoople usou a obra “Répteis” de Escher na capa de seu álbum de mesmo nome.
Cinema
No fime “A Origem” (“Inception”) de Christopher Nolan apresenta, sem dúvidas, um dos exemplos mais notáveis onde elementos visuais e conceituais são inspirados em M.C. Escher. Essa escada, que se dobra sobre si mesma em um loop contínuo, é uma clara referência à obra “Subindo e Descendo” de Escher, onde monges sobem e descem infinitamente uma escadaria sem sair do lugar.
Com tantos exemplos, fica claro que a influência de Escher transcende o tempo e as mídias, inspirando a criatividade em áreas cada vez mais diversas como mobília, tatuagens, grafites, decoração e muitas outras.
O Palácio: Um contexto histórico sobre o museu
O edifício que abriga o museu, conhecido como Lange Voorhout Palace, tem uma rica história que remonta ao século XVIII. Originalmente construído como uma residência aristocrática, o palácio foi usado por várias figuras importantes, incluindo membros da família real holandesa. Em 2002, foi transformado no museu dedicado a Escher, mantendo a elegância histórica do local enquanto se adapta às necessidades modernas de uma instituição cultural.
Os lustres espalhados pelo museu são uma atração à parte. Criados pelo designer holandês Hans van Bentem, eles são esculturas extravagantes em forma de objetos como crânios, peixes e globos, complementando o espírito surreal da obra de Escher.
A experiência no Museu Escher
O “Escher in Het Paleis” oferece uma experiência imersiva que vai além de apenas observar arte em molduras. As três andares do museu apresentam mais de 150 obras de Escher, organizadas de forma cronológica para ilustrar sua evolução como artista.
Andar térreo: Introdução e obras iniciais
O primeiro andar introduz os visitantes à vida de Escher, exibindo suas obras iniciais, incluindo paisagens italianas e gravuras de suas viagens. Embora ainda não explorem os temas matemáticos que o tornaram famoso, essas peças mostram sua habilidade técnica e o olhar apurado para detalhes.
Primeiro andar: Obras-primas
O segundo andar é dedicado às obras mais conhecidas de Escher, como “Relativity” e “Drawing Hands”. Os visitantes têm a oportunidade de observar de perto os detalhes minuciosos de cada peça e entender os conceitos que inspiraram suas criações. Também há explicações interativas sobre as técnicas de gravura utilizadas por Escher.
Segundo andar: Interatividade e ilusões
O terceiro andar é uma experiência mais interativa, projetada para engajar visitantes de todas as idades. Há exposições que permitem aos visitantes explorar ilusões óticas e criar suas próprias tesselações, mergulhando no processo criativo do artista. Uma das atrações mais populares é a sala de perspectiva distorcida, onde pessoas podem parecer gigantes ou diminutas dependendo de onde estão posicionadas.
Escher e a matemática
O trabalho de Escher tem sido amplamente estudado por matemáticos devido à sua abordagem única para conceitos como simetria, geometria hiperbólica e espaços impossíveis. Ele colaborou com cientistas e matemáticos para compreender e aplicar princípios complexos em suas obras, mesmo sem treinamento formal na área.
Por exemplo, Escher usou ideias de grupos de simetria para criar suas tesselações, aplicando transformações geométricas como rotações, reflexões e translações. Ele explorou padrões regulares que se repetem infinitamente, muitas vezes inspirando-se em conceitos da geometria não euclidiana e da teoria dos grafos. Sua obra também apresenta elementos de projeção e perspectiva, criando ilusões ópticas que desafiam a lógica e a percepção espacial.
Como chegar
Para chegar ao Museu Escher em Haia a partir da Estação Central de Amsterdã, siga estas etapas:
- Trem de Amsterdã para Haia:
Na Estação Central de Amsterdã (Amsterdam Centraal), embarque em um trem com destino à Estação Central de Haia (Den Haag Centraal). Os trens diretos partem regularmente, com intervalos de aproximadamente 10 a 30 minutos, dependendo do horário. A viagem dura cerca de 50 minutos. Você pode consultar os horários e comprar passagens no site oficial da Nederlandse Spoorwegen (NS), a companhia ferroviária holandesa. - Da estação Central de Haia ao Museu Escher:
A pé: O museu está localizado a aproximadamente 15 minutos de caminhada da Estação Central de Haia. Saia da estação pela saída principal e siga pela rua Herengracht em direção ao centro histórico. Continue em linha reta, passando pelo Binnenhof, até chegar à Lange Voorhout, onde o museu está situado no número 74.
Transporte público: Alternativamente, você pode pegar o bonde número 9 na Estação Central de Haia e descer na parada Korte Voorhout, que fica próxima ao museu. Verifique os horários e rotas atualizados no site de transporte público local.
Para informações adicionais sobre o museu, incluindo horários de funcionamento e exposições atuais, visite o site oficial do Escher in Het Paleis.
Lembre-se de verificar os horários dos trens e bondes antes de sua viagem, especialmente se estiver viajando fora dos horários de pico ou nos finais de semana, pois os horários podem variar.
Horário de funcionamento e valores
O Museu Escher em Haia (“Escher in Het Paleis”) funciona de terça a domingo, das 11h às 17h. Durante as férias escolares, o museu também abre às segundas-feiras. Observe que a bilheteria encerra às 16h30, e a loja do museu fecha às 16h50.
Os preços dos ingressos para 2025 são os seguintes:
- Adultos: €13,50
- Grupos com mais de 15 pessoas: €12,50 por pessoa
- Jovens de 13 a 17 anos: €10,50
- Crianças de 7 a 12 anos: €7,50
- Crianças de 0 a 6 anos: entrada gratuita
- Estudantes com carteirinha: €12,50
- Grupos de escolas secundárias (com reserva antecipada): €5,50 por pessoa
- Grupos de escolas primárias (com reserva antecipada): €4,50 por pessoa
- Portadores do Cartão ICOM: entrada gratuita
Além disso, o museu aceita diversos cartões de desconto, como Ooievaarspas, Holland Pass, Rotterdampas, Dordtpas e CJP. No entanto, o cartão de acesso aos museus holandeses “Museumkaart” não é aceito.
Para aproveitar ao máximo sua visita a Haia, considere adquirir ingressos combinados que oferecem descontos para visitas ao Museu Escher juntamente com outras atrações de destaque. Esses ingressos estão disponíveis através de parceiros como o Tiqets.
Recomenda-se verificar o calendário anual do museu para informações sobre feriados e aberturas especiais.
Na sua próxima visita à Holanda, não deixe de ir até a cidade de Haia e conhecer esse que é, sem dúvida, um museu para estar na sua programação de passeios. Definitivamente uma visita imperdível.